terça-feira, 29 de março de 2011

Tenho reservas...

... relativamente à intervenção militar externa na LÍbia, mas não a acho comparável à intervenção (invasão) do Iraque.

Ditadores existem muitos, uns mais disfarçados que outros, uns mais violentos e cruéis, e entre eles estava o Saddam Hussein e está o Khadafi, mas, independentemente disso, é preciso que seja a própria população a depôr esses parasitas, a revoltar-se, a estar preparada para a mudança e a ser o motor dessa mudança.

Foi o que aconteceu na Tunisia e no Egipto, recentemente, e noutros países, entre os quais Portugal, no passado.

Mas não foi o que aconteceu no Iraque, o seu povo, embora em sofrimento, não estava preparado para se libertar.

Contrariamente, na Líbia há, em grande parte da população, a vontade da liberdade, e houve passos nessa direcção. Houve também repressão violenta. E, por isso, sinto-me inclinada para a intervenção externa, embora, talvez não desta forma, para evitar a chacina dos que lutam pela liberdade e da população, no geral.

Uma coisa é um ditador reprimir a população do seu país, outra é chacinar essa mesma população.

Há muito que defendo uma atitude relativamente ao Sudão e à situação do Darfur e teria sido favorável a uma intervenção no Iraque se a razão desta tivesse sido a repressão violenta de manifestações da população, por parte do Saddam.

Mesmo assim tenho algumas reservas relativamente à forma da intervenção e à sua capacidade de evitar a morte de civis. E desconfio das suas razões dos países que a levaram a cabo.

Mas também não consigo achar correcto permitir ao Khadafi massacrar o seu povo e fuzilar os que a ele se oponham (isso já ele fez durante décadas).

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