segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Sempre que penso...

... na morte daquelas crianças na escola americana fico muito triste. Penso no medo que elas tiveram e penso especialmente nas crianças que mais amo, claro.

Mas também penso em todas as outras crianças que morrem, cruelmente, todos os dias, de fome, na guerra, com doenças insignificantes na sociedade ocidental, e pergunto-me se estas coisas sem sentido não serão um alerta, acho que o ano passado, também por esta altura, morreram muitas crianças, de uma escola belga ou holandesa, num acidente de autocarro e que pensei o mesmo.

Vivemos tão confortáveis na nossa sociedade segura que acabamos por não pensar na morte das crianças que vivem fora dessa nossa sociedade e poucas vezes nos lembramos que um acidente, uma doença grave, um acto tresloucado e inesperado são díficeis de evitar mas que a fome, doenças para as quais temos solução e a guerra podemos prevenir. 

Incomoda-me sempre muito que o valor da vida seja tão diferente. Que o valor do sofrimento humano seja avaliado de forma tão diferente e acabo sempre a pensar que estas coisas acontecem para nos despertarem, que são uma espécie de catástrofe natural que tem como objectivo mostrar-nos que por mais seguros que pensemos estar na nossa redoma de vidro ocidental, o inesperado e terrível pode acontecer e também nós podemos viver a perda que outros vivem constantemente.




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